CITCOM – Cidadania, Cosmopolitismo Crítico, Modernidade(s), (Pós-)Colonialismo
Coord: Elsa Peralta
O CITCOM é um Grupo de Investigação que aborda temas e problemáticas das sociedades contemporâneas, as quais se formulam por relação a modernidades cruzadas, (trans)nacionalismos, (pós)colonialismos e glob/calismos, no seio dos quais se institucionalizam, negociam e embatem identidades, memórias e projectos de cidadania.
O CITCOM caracteriza-se também por uma abordagem epistemológica e metodológica ampla e flexível a estas temáticas, combinando análise cultural, textual e visual, com pesquisa arquivística, inquérito sociológico e historiográfico, etnografia e a prática artística e incidindo sobre um vasto leque de artefactos, processos e meios, que incluem: o texto escrito e editado, o cinema, a fotografia, as artes plásticas, as paisagens sonoras/fonográficas, os relatos orais, as práticas culturais ou os conteúdos digitais, entre outros.
O Grupo CITCOM organiza as suas actividades através de 5 sub-grupos de investigação.
Subgrupos
Legados do Império e do Colonialismo em Perspectiva Comparada
Pretende abordar as muitas formas pelas quais o passado colonial ainda continua presente tanto nos antigos países colonizados como nos centros colonizadores europeus. Este sub-grupo acolheu dois projectos de investigação financiados pela FCT (Narrativas de Perda, Guerra e Trauma: Memória Cultural Portuguesa e o Fim do Império - IF/01530/2014 e O Império Colonial Português e Cultura Popular Urbana: Comparando Visões da Metrópole e das Colónias (1945-1974) - PTDC/CPC-CMP/2661/2014) e acolhe actualmente um terceiro Projecto financiado (Constelações de Memória: Um Estudo Multidirecional da Migração e Memória Pós-colonial- PTDC/SOC-ANT/4292/2021). Também opera o arquivo digital Traços da Memória (http://tracosdememoria.letras.ulisboa.pt/pt/)
Cinema, Audiovisual e Imaginários Contemporâneos
Trabalha sobre cinema e audiovisual, considerando também outras formas de produção visual contemporânea. Segue uma abordagem crítica às preocupações, desafios e configurações contemporâneas, tais como migrações, continuidades coloniais, racialização, lutas anticoloniais, nacionalismo, género, natureza e ecologia. Adota uma perspetiva interseccional e tem em conta discursos e práticas audiovisuais em contextos transnacionais, atentando às deslocações históricas e contemporâneas de teorias, temas e produtos, considerando, ao mesmo tempo, as condições específicas que estruturam a produção da imagem em movimento.
Pós-Arquivo: Política da Memória, Lugar e Identidade
Tem um programa multidisciplinar na abordagem a questões de memória, diáspora e história em relação aos movimentos migratórios contemporâneos e às paisagens urbanas de África e Europa ligadas à colonização portuguesa e à queda do Império colonial. Desde o seu início, em 2015, tem gerado numerosos seminários, palestras, publicações, exposições e actuações, realizados em parceria com o Hangar - Centro de Investigação Artística. Entre as publicações, a mais notável é a série Atlântica publicada pela Hangar Books, uma coleção centrada nos artistas contemporâneos de países colonizados por Portugal e suas diásporas. Este sub-grupo criou uma plataforma web (https://postarchive.org ) que reúne e compila documentos, vídeo, recursos áudio e fotográficos sobre o estudo das realidades urbanas pós-coloniais presentes nas cidades de Lisboa e Luanda, Maputo, Praia e São Tomé, e também opera o arquivo ArtAfrica (http://artafrica.letras.ulisboa.pt/en/ ).
Cidadania, Media e Produção Cultural
Foi criado em 2022 e visa uma interpretação aprofundada de duas grandes áreas de investigação que são definidas no quadro de processos modernos e contemporâneos de elaboração cultural, ligados a estruturas políticas, comunicativas e socioculturais. Por um lado, procura suscitar a reflexão sobre a ideia de cidadania, identidade e pertença nas sociedades contemporâneas, caracterizada pelo desenvolvimento de novas formas de comunicação e mediação; por outro, esta linha de investigação constitui também um espaço para o estudo de diferentes expressões de criação cultural, intermediação, circulação e apropriação, traduzidas na exploração de morfologias e planos sociais de práticas de produção, prescrição e fruição estética, artística, recreativa e comunicativa, na perspectiva social dos contextos modernos e contemporâneos.
CILM – Cidade e (In)segurança na Literatura e nos Media
Começou como um projecto financiado pela ref. FCT. PTDC/CLE-LLI/110694/2009 (CILM1). Alguns dos nossos membros continuaram a explorar o número crescente de narrativas urbanas - ou romances urbanos - focados em questões de e sobre (in)segurança produzidas em ambos os lados do Atlântico desde o início dos anos noventa. Desde 2013, foi criada uma nova vertente (CILM2) na qual surgiram três novas linhas de investigação: (1) Comparar “Homelands”: examina como o termo inglês “Homeland” (um termo revigorado com a criação do Department for Homeland Security Departamento nos EUA) tem circulado desde 2002 não apenas nos EUA mas também na Europa (inclusive em documentos académicos e jurídicos produzidos pela UE) absorvendo simultaneamente conotações nacionalistas e inter/transnacionais; (2) Estados Prisionais e Narrativas do Cativeiro: explora a construção material e discursiva das prisões e outros espaços carcerários e examina os contextos históricos, económicos e psicológicos que moldam o estatuto social, as condições e a jurisdição dos indivíduos presos; (3) Classes, Género e Raças de (in)segurança: esta linha de investigação explora como a classe, o género e a raça se cruzam na criação de novas narrativas de (in)segurança.
Palavras-chave: modernidade(s); (trans)nacionalismos; (pós)colonialismos; glob/calismos; identidade; memória; cidadania.